domingo, 1 de julho de 2012

Soltar os freios, lentamente


minha vida, minha história, eu mesma, sem egoísmos, como ser, como somos. Pois, uma vez que aqui viemos, expressemo-nos, então.”

Amigos e caros leitores, inicio uma outra fase nas minhas reflexões. Chamo de “soltando meus freios, lentamente”. Até aqui, escrevi em terceira pessoa, com este artigo, almejo, sem modéstias, mostrar um pouco do “como aprendo” e falar em primeira pessoa. Uma das razões é minha necessidade de exercitar na temática que mais me interessa: minha vida, minha história, eu mesma, sem egoísmos, como ser, como somos. Pois, uma vez que aqui viemos, expressemo-nos, então.

Há uma “persona” que me pertence há muitos anos. Talvez, desde o momento em que eu soube que não era mais a filhinha da mamãe, nem a princesa do papai. Mas, foi somente camuflando minha inadequação sexual e meus impulsos de desvio, que esta persona se manifestou com o nome ilusório de ciúme. Mas, o que é o ciúme? Me perguntei um dia e a resposta veio anos mais tarde, depois de várias relações frustradas, depois de fazer meu coração em pedaços e despedaçar também outros corações.

Só compreendemos um sentimento se o observamos, acolhendo-o, deixando-o se manifestar sem julgamentos, sem interferências racionais ou irracionais. Assim, depois de muitos anos é que mudei minha pergunta para: como é o ciúme? Quem sou ciumenta? O que é « isto » em mim que chamo de ciúme? Em geral, dizemos que o outro nos faz ciúmes. Mas este é um sentimento criado por nós para camuflar alguma ferida do nosso self. E tudo o que criamos é ilusório. Então, quem é « isto » que crio e projeto no outro e chamo de ciúme? E o mais importante: o que estou escondendo? Qual a ferida está sendo encoberta? 

Chopra diz que a dualidade está onde nós estamos e, somente quando pararmos de projetar nossas frustrações, iremos nos conhecer, ou seja, deixaremos de ser « duais ». Isso não é nada fácil, pois a base pensante da nossa civilização é dual e começou na Grécia antiga. Aprendemos a raciocinar de maneira dual, corpo/mente; bem/mal; deus/diabo; matéria/não matéria. A física quântica e a antiga sabedoria zen budista nos revelam que a dualidade é ilusória, pois, somos todos um. Einstein diz que tudo que existe no espaço, existe também dentro de nós em formas infinitamente menores. O Zen budismo fala que tudo no universo é mente, é consciência, assim como nosso corpo é muitas mentes reunidas em um único espaço-tempo. E todas as vezes que nos dividimos, sofremos, porque literalmente, nos partimos. Nos dividimos para nos esconder, nos dividimos para nos camuflar, nos dividimos para criar um outro de nós mesmos. Até que um dia, não aguentamos mais e gritamos um sonoro basta!
O conhecimento é incompleto até que o vivenciemos. Então, foi somente depois que parei de apontar meu indicador na direção oposta à minha que descobri um outro aprendizado, mais real, mais completo, mais meu.

Bem, no próximo texto vou falar mais sobre minhas projeções. Espero seus comentários e que compartilhem comigo deste momento.

Gratidão, desde sempre.    
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