Estamos utilizando o termo “sombra” tendo como referência
estudos em psicoterapia junguiana, cujos autores Connie Zweig e Steve Wolf, os
mais recentes pesquisados, nos orientam para uma análise e reconhecimento do
nosso lado sombrio. Segundo esses autores, em seu primeiro aspecto, a sombra é
um quarto escuro, onde imagens e sonhos jazem adormecidos e o trabalho de
autoconhecimento seria um processo pelo qual essas imagens e sonhos retornassem
à vida.
Em seu segundo aspecto, a palavra sombra se refere aos conteúdos
dos nossos pensamentos, às imagens arquetípicas reconhecidas imediata e
intuitivamente como uma parte em nós que nos perturba: uma bruxa, um sádico, um
sabotador, um mentiroso, uma vítima, um viciado. Além disso, essa palavra é
usada também para os talentos latentes e os impulsos positivos que foram
banidos na nossa infância: talentos artísticos, musicais, atléticos ou
poéticos.
Em seu terceiro aspecto, o termo sombra se refere ao aspecto
sombrio, ao lado escuro nosso ou de um arquétipo nosso: a mãe, o pai, irmão
mais velho, deus, diabo, etc. Como a maioria de nós é treinada desde a infância
a separar Deus do Diabo, o bem do mal, não conseguimos aguentar a tensão desses
lados opostos durante muito tempo. Em vez disso, procuramos heróis idealizados,
sem máculas, na tentativa de permanecermos otimistas e com esperanças. Ou, uma
parte de nós cansada e cínica, espera sempre o pior nos outros. A alternativa
para esta cisão, como mostram os autores acima, é cortejar a sombra como uma
forma de VER e de CONHECER. E este é um longo e até, doloroso processo
necessário a todos que se dispõem ao autoconhecimento com autenticidade e
intimidade.
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