Pode-se dizer que a crise econômica mundial dos anos 70 serviu mais para detonar mais recursos naturais do que para alertar o mundo quanto aos riscos do seu esgotamento, pois a corrida competitiva e consumista que se desenrolou nos anos seguintes serviu para colocar outras questões nesse interminável debate. Somente nos anos 80 a sociedade organizada iniciou, por outras vias, esse debate, mas as ações estatais apresentadas ao mundo tornaram-se fruto do discurso competente, sem efetividade. O debate passou assim a ser conciliatório, buscando muito mais o equilíbrio entre posições antagônicas do que o desenvolvimento de ações eficazes. Foi criado o conceito de desenvolvimento sustentável, ironicamente defendido pelo Banco Mundial em 1997.
Daí pra frente é fácil imaginar o que se deu. O sistema financeiro corporativista submeteu governos, empresas, sociedade e todos os outros sistemas e vem contribuindo para desestruturar o aparato estatal estruturado no pós-guerra. A implantação do modelo gerencial de Estado, importado da iniciativa privada, passou a ser o fio condutor das reformas sociais. No Brasil sabemos bem o que aconteceu aos trabalhadores nas décadas de 80-90, quando aconteceram demissões em massa em diversos setores estatais e privados.
No próximo post: A Dupla Face do “Discurso Competente”
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